Então, é natal. E o que você fez?

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Papo reto: fiz o que deu. Para mim, foi um ano cheio de reviravoltas e surpresinhas boas e ruins. Algumas bem, bem ruins. Como, por exemplo, a minha cachorrinha que ficou muito doente e eu precisei fazer uma rifa para ajudar o tratamento dela. A parte boa é que deu certo! Ajudou muito e consegui salva-la.
A parte ruim é que, bom, eu não vendi tudo então a maior parte saiu do meu bolso mesmo, que esse ano nem ficou cheio como eu esperava. Aliás, no final achei que ficaria, mas não ficou. Tinha encontrado um emprego "dos sonhos" e coloquei uma expectativa intensa nele e no final: deu errado. Mas é isso ai mesmo, como eu disse, meu 2023 virou minha vida de cabeça pra baixo. No início do ano, assim como mais da metade da população eu fiz minha listinha de metas, objetivos com seis meses, objetivos em um ano, blablablá. Resumindo: fiz o que deu e isso ai não foi nem a metade. Não consegui terminar meu mestrado, mas consegui iniciar pelo menos. Não consegui um aumento de salário na empresa onde eu trabalhava, mas consegui pagar as contas e fazer minhas viagens, sendo o que importa. O meu Instagram do blog deu uma despencada boa porque a cabeça também não girou lá essas coisas, mas tudo bem. Pausei sem querer, porém foi necessário. Comecei um relacionamento e sim, ainda estou nele. Acho que essa foi uma das coisas mais incríveis que rolou esse ano para mim e... aleatória? Sim, bem aleatória. Pensei ser só uma ficada e do nada, ó eu toda apaixonadinha.

Nesse ano também me afastei de muita gente. Algumas de propósito, outras não. Aparentemente quanto mais idade você tem (alô millenials), mais sozinha você vai ficando, sua tolerância a coisas idiotas vai diminuindo juntinho com a sua paciência. O foco vai trocando, os olhos se abrindo (te falei que agora uso óculos também?) e de repente seus 30 amigos viraram 03. Ou será que sempre foram 03, mas você mesma tinha se iludido achando que tinha isso tudo de amigos porque eles saiam para beber com você? Não, eu não quero causa um colapso na sua cabeça nesse momento, mas o conceito de amizade é bem amplo viu? fica ai a dica. Tem gente que eu achei que ficaria pra sempre na minha vida e do nada puf! Desapareceu. Acontece, né?

Sim, esse ano também teve bastante reflexão. Acho que foi o ano que mais fiz terapia, graças a Deus (ou ao que você acreditar). Sinceramente, com a terapia já foi um ano bem difícil, eu não quero nem imaginar sem. Descobri bastante coisas sobre mim, sobre sentimentos no geral, sobre pessoas, e no geral sobre... existir. Que é algo, aliás, que eu não gosto. É extremamente difícil se manter na linha e manter todos os fios da sua vida no eixo. Sim, é bem difícil ser "alguém bom". Atualmente eu já entendo quem perde a linha da vida tentando se libertar enquanto se aprisiona em outras coisas (como o álcool, por exemplo). Não estou dizendo que concordo, mas... entendo.

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Em 2023 eu quase não fiz o que gosto. A maior parte do tempo vivi no automático e fiz o que tinha que ser feito. Sim, a vida tem dessas coisas, mas sinceramente espero que viver não seja só isso. Não tirei quase nada de fotos e quase não li livros, por exemplo, comparado ao ano passado. Este ano eu li cerca de 12 livros. Ano passado foram 23. Porém, não existia o mestrado né? Parece que em 2023 eu tive que fazer várias trocas e reviver várias coisas pra poder seguir em frente. Esse ano foi doido.

E sobre atividade física... bom, estamos ai. Pensei que finalmente teria o "corpo dos sonhos" mas descobri que esse corpo já existe, e ele é exatamente este que eu tenho, eu só tinha que aceitar isso. Aquele corpo todo definido, eu descobri que a maioria usa umas coisinhas pra ter aquele resultado, isso contradiz totalmente a parte de ir pra academia pra ter saúde, então eu desisti desse foco. Como eu não trabalho com meu corpo, creio que isso não é pra mim por enquanto. O que vier é lucro. Continuo sendo embaixadora Selfit mantendo essa linha de pensamento.

Em 2023, eu perdi muita coisa, muita gente, muitos sonhos... mas ganhei muito também. Eu ganhei perspectivas diferentes e sinceramente isso muda tudo na sua vida. Ganhei a chance de amar e me permitir viver isso novamente, ganhei a oportunidade de viver fora da minha zona de conforto (viajei com uma amiga pra um show de uma banda que amamos e foi incrível!) e destruir outras coisas dentro de mim que já não cabe mais, destruí tanto que quase me autodestruí toda. Esse ano eu quase não mudei de cabelo como eu mudava antes e descobri que o tempo... Ai, gente o tempo ele é PRECIOSO. Agora eu entendo o que os mais velhos falam sobre isso. Ele não volta e se você parar pra pensar nisso, vai ver que nada paga isso. Eu mudei menos de cabelo porque pra trocar de cabelo exige tempo, e dinheiro. Quase todos os finais de semana eu tinha algo pra fazer e acabava jogando o cabelo para o próximo final de semana, e ai que não dava certo. Era isso, ou pagar alguém pra fazer, e ainda assim teria que ter o tal do tempo. A grana curta, o trabalho longo, o tempo quase inexistente. Ta ai, acho que encontrei a frase perfeita que descreve 2023.

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Bom, no geral em 2023 só de eu não ter perdido meu ré primário eu acho que já venci, e olha que.... Bom, deixa eu ficar quieta que meu advogado deve estar dormindo uma hora dessas. rsrs. Acho que é isso. Eu não sei o que vem em 2024 (se vier um emprego na minha área eu já tô pronta sim hein?!), e não me sinto pronta pra nada do que ele reserva para mim, mas estou aqui. Não desistir já é alguma coisa. Ter minha mãe esse ano todinho também já foi um presente, apesar dos pontos difíceis, mas esse não é o foco. Mas pra adiantar: pretendo focar ainda mais em autoconhecimento, na minha carreira e óbvio, no blog. Acho que o blog já faz parte da minha carne porque olha, já são mais de dez anos que estamos aqui juntos entre altos e baixos hahaha. De verdade, esse blog sobreviveu a pandemia, a guerras, ele é bem guerreiro. Não vou agradecer 2023 porque ainda não acabou, mas digamos que apesar de ter dado errado, deu certo e eu sou grata a isso. Acho que é isso. Eu não conseguiria finalizar um ano sem ao menos um textão aqui, já que isso é quase um clássico por aqui rs. Aliás, quase não postei por aqui esse ano né? Agora que você leu o texto, acho que você entendeu melhor o porquê. É, não consegui abraçar o mundo. Não dessa vez.